Poesia aos que escutam
Quando ele canta, o seu coração sangra.
E assim vive-se alegrando
no mar de falsas verdades,
no ventre de posturas fictícias,
na ilusão dos sentidos.
Quando ele canta, o coração dele sangra.
Não por mal, mas pelos males.
Divide-se aqui a vida em duas:
a caricatura e a percepção.
Quando ele canta, o meu coração sangra.
Sangue por demais,
mas um líquido transparente,
aquele que escorre rápido
demora pra desaparecer.
Quando ele canta, todos sangram.
Pulverização, esterilidade.
Cai por terra as percepções do bem.
Dúvida. Nada, nada,
nada que possa resolver.
Quem poderá te salvar?
Quando ouvir um canto,
certifique-se de que não esteja disfarçado.