Marllus
Marllus Cientista da computação, mestre em políticas públicas, professor, poeta, escritor, artista digital e aspirante a tudo que lhe der na telha.

Estratégias de Governança em TI

Estratégias de Governança em TI
Foto by Pluyar

Nas últimas décadas, o mundo tem acompanhado um enorme crescimento da utilização de ferramentas de Tecnologia da Informação (TI) nas organizações, modificando as estruturas de comunicação e informação. O que muito contribuiu para esta mudança foi o avanço na velocidade das redes de computadores e a produção de PCs (Computadores Pessoais) e computadores servidores cada vez mais baratos e eficientes. Correios Eletrônicos, videoconferência, ferramentas de trabalho colaborativo e tantos outros usos da Tecnologia da Informação alteraram a forma da dinâmica interna das organizações bem como o relacionamento com seus fornecedores, parceiros e clientes.

Este proeminente desenvolvimento tecnológico vem modificando significativamente a forma de os administradores e gestores operarem e administrarem suas empresas. Para o melhor tratamento das informações, trazendo mais agilidade e eficiência empresarial, frente às fortes demandas de um mercado cada vez mais exigente e competitivo, tem sido feitos investimentos para a adoção de modelos com o objetivo de aprimorar seus padrões de Governança de Tecnologia da Informação (TI). Esta tem como objetivo geral compreender as necessidades da TI e a sua importância estratégica, para que a organização possa sustentar suas operações e implementar as estratégias requeridas para a extensão de suas atividades no futuro. Desta forma, ela almeja garantir que estas expectativas sejam alcançadas com o mínimo risco, o que auxilia na sustentação da Governança Corporativa ITGI (2003), harmonizando, assim, os processos de negócio e de TI, para que, a partir de suas definições claras, a Tecnologia da Informação dê suporte às atividades da organização, conforme às demandas empresariais do mercado e o avanço tecnológico.

A governança de TI está relacionada à gerência dos processos da empresa por meio da adoção de técnicas de gestão por processos em suas atividades, criando conceitos de serviços em seu gerenciamento e uma grande integração entre os diversos setores da empresa. As boas práticas de Governança e as demandas pela integridade das tecnologias de informação e comunicação (TIC) têm levado os gestores a adotarem modelos de melhores práticas, com a finalidade de modificar as áreas estratégicas da TI, engajando os negócios com a adaptação das regras e regulamentações do mercado.

Neste cenário surgiram alguns modelos com agrupamentos das melhores práticas e padrões existentes no mercado e academia, com o objetivo de auxiliar na definição sólida da Governança de TI. Dentre estes modelos, de acordo com Fernandes e Abreu (2008), o mais focado em Governança de TI é o COBIT. A proposta do COBIT é de “prover boas práticas através de um framework de domínios e processos e apresentar atividade em uma estrutura lógica gerenciável. Estas práticas visam ajudar a otimizar a TI, habilitando investimentos, garantindo a entrega de serviços, além de prover sua mensuração” (ITGI, 2007, p. 7).

O COBIT auxilia na compreensão do alinhamento da TI aos negócios da organização, no gerenciamento dos recursos de TI, da segurança da informação, dos riscos e desempenhos e da capacidade de TI e no controle do uso das tecnologias, alé, de também auxiliar no gerenciamento do domínio das iniciativas de TI nas organizações. Para que as organizações alcancem seus objetivos estratégicos de negócio, o framework, através de várias perspectivas, explica como os processos de TI devem suportar os objetivos do negócio. Esta metodologia é definida por meio de 34 objetivos de controle, agrupados em quatro domínios: Planejamento e Organização (PO), Aquisição e Implementação (AI), Entrega e Suporte (DS) e Monitoração (M).

A adoção do modelo COBIT não deve ser executado como um projeto de TI, mas como um projeto corporativo, pois o seu impacto envolverá toda a organização, bem como elementos associados, como, por exemplo, parceiros e empresas terceirizadas. Isto, aliado à maturidade e à cultura da empresa, definirá em qual nível serão implantados os controles de cada processo na melhoria da adequação dos mesmos à realidade da empresa.


SIGNORELLI, Faculdade Internacional. Estratégias de Governança em TI. Modalidade a distância. Rio de Janeiro, 2011.
ITGI (IT GOVERNANCE INSTITUTE). Board Briefing on IT Governance. 2. Ed. United States of America: Illinois, 2003.
ITGI (IT GOVERNANCE INSTITUTE). COBIT 4.1 Excerpt: Executive Summary Framework. Pittsburgh: Fifth Avenue, 2007.
FERNANDES, A.A.; ABREU, V.F. Implantando a Governança de TI. São Paulo: Brasport, 2008.


Texto dissertativo-expositivo sobre Governança de TI.
Pós-graduação Lato Sensu em Gestão de projetos em TI - Faculdade Signorelli - FISIG/RJ. Ano: 2014