Marllus
Marllus Cientista da computação, mestre em políticas públicas, professor, poeta, escritor, artista digital e aspirante a tudo que lhe der na telha.

Preempção

Preempção
Photo by Paulo Camelo

Interessante que o ser humano tende a colocar expectativas no espaço, seja ele ocupado ou não, por alguém ou obra cuja ligação o faz acreditar que possa suceder eventos positivos e que sempre será recíproco. À vezes dá certo, e quando não dá, fica-se com o desespero da quebra; mas o que muitos não sabem é que nem sempre o lado bom desta relação está na parte que os entes estão em harmonia. A disrupção, o choque, o distanciamento faz com que você evolua como ser, em contraponto da baixa de guarda e conservadorismo que tenderia a acarretar caso essa ligação nunca se abalasse. O que quero dizer é que o ciclo aproximação - auto paixão - e distanciamento de si - o tornar-se ignorante - representa uma dialética construtiva. Mas, este tem de enxergar o processo, para apropriadamente se beneficiar dele. O conhecer/desconhecer é um ciclo de entes dependentes e que não se anulam. A solidão deveria ser amada tanto quanto a ignorância, mas não como um amante cego, incondicional, mas como um cônjuge que está ali, abraçado, curtindo o momento profundo, mesmo que no outro dia tenha que partir para uma longa viagem.