A dor

Não há garotinhas,
não há meninos;
Não há garotinhas,
não há meninos,
E a dor vem de repente,
e pode ser repentino;
Mas vem, e vem,
E a dor vem,
Até que toque os lábios,
Até que as pálpebras caiam,
Até que a última luz se apague;
E a dor vá embora.

E as lágrimas vêm à noite,
e as lágrimas vêm no dia,
E as lágrimas vêm quando menos pensamos;
Lágrimas que são amargas e frias,
lágrimas mesquinhas e mesquinhas;
Lágrimas que são o orgulho do povo,
lágrimas que são nossas, e somente nossas;
Lágrimas que são por aqueles que choram,
lágrimas que são por nós.

Trechos do meu livro AntologIA poética.