Trechos - AntologIA poética
De um lugar
É o jeito de todas as coisas
Que outra coisa deveria ser
Mais do mesmo e menos.
Os anos estão vazios, vazios,
Mas adoro olhar
Nas janelas do passado.
Os anos estão vazios, vazios,
Mas adoro pensar
Da janelinha
Através do qual eu costumava ver
Minha mãe e meu pai,
E minha irmã e meu irmão.
Os anos estão vazios, vazios,
Mas adoro olhar
Na janelinha agora
Através do qual vejo meu amor,
E eu ouço as vozes
Das crianças que costumavam ligar,
E eu vejo os rostos,
E eu vejo as janelinhas
Dos anos que não existem mais.
Oh, estou velho de esperar, esperar,
Para a luz quebrar, quebrar,
Sobre as montanhas e sobre os prados,
Sobre o deserto e o mar.
E minha esperança morre, como um morto.
Trechos do meu livro AntologIA poética.