Olhar pros três
O de cabelo branco, vejo ele.
E sinto que,
Nao sei falar,
So digo que sim.
Esses caras,
Cada um mais digno,
simplesmente,
So digo que sim, e digo mais.
Mais pra um que canta,
que canta pra cima.
E um que canta pra baixo,
também.
Outro que canta pros pés.
Mas que canta com os dedos.
Dedos de quem sabe o serão.
O outro, que de cabelo curto,
que parece tímido,
Com sentimentos conectados,
e contados.
A música tudo junta,
Tudo mistura,
Apesar de sonhar,
com tudo, com o mundo,
acalentado.
Olhe que estou nas últimas,
penso certo.
Pelo menos tento.
E de cara, digo.
Esses caras, todos eles.
Bons de bão.
Quais de baião.
O baião de que tanto gira.
Os caras que sabem o ofício.
E de que dele,
pode-se tirar tudo.
Êta, meu amigo.
Será digna,
essa letra,
essa cousa, de fato?
Será tarde?
Branco, preto, cacheado.
Tá demais, arretado!
Poesia feita para o cantor e compositor cearense João Mamulengo.