Primo
Aqui estou, mais um dia, mano.
O olhar me fala cansado,
Que nessa noite tem dormida.
Na época daquelas calçadas,
Nos anos de ouro,
O presente é asfalto, sol e mar.
Mas, brow, vamos nessa,
Que agora é a peça,
E ela já vai começar.
Já era tempo de mudar.
Todos mudam, não?
A mudança vem calada.
Os destinos que se vão e vem.
O júbilo do passado do primo pródigo,
Se reduz à tristeza.
Mas a beleza dos matinês atrasados,
Levas contigo e comigo, primo,
Como em um baú bem fechado.
A alegria que os bons tempos roubam,
Vem e vai.
O vento não pára.
Pois o destino é maré,
que sobe e desce,
cansa e se acalma.
Ao meu primo Lucas (sombra).