Gestão do conhecimento em TI
O mundo enfrentou, a partir do último milênio, uma grande mudança no papel da Tecnologia da Informação (TI) nas organizações. A delineação do início da era da inteligência em rede está sendo marcada por várias tendências relativas aos moldes dos novos padrões de TI, ou seja, esta, que antes tinha um papel comum e restrito, tornou-se um elemento indispensável ou um commodity no suporte administrativo às atividades das empresas, tornando-se um componente integrador nas implicações decorrentes de grandes transformações nos cenários tecnológicos, políticos e econômicos, trazendo como consequência direta a necessidade dos diversos atores sociais e econômicos encontrarem as estratégias mais adequadas às constantes mudanças na tomada de decisões relativas às perspectivas dos diferentes setores das organizações.
O alicerce desta transformação da informação, o qual passa a ser um recurso estratégico, podendo gerar as condições necessárias ao alcance dos objetivos e auxiliar elementos básicos para melhoria da competitividade, neste cenário, está na informação traduzida em conhecimento (FILHO, 1994). Neste contexto, a estruturação da relação de natureza dinâmica ao agregar valor às diversas práticas organizacionais é fruto da busca da competência tecnológica, o que influencia as estratégias da organização e contribui para a aplicação das tecnologias da informação em todo o processo de negócio, desde à modelagem/concepção de um produto e/ou serviço até a sua comercialização e distribuição.
Neste novo cenário, é imprescindível o uso do processamento da informação como um recurso essencial na tomada de decisões. Para Beck (2003), “atualmente, toda empresa está envolta com amplos e diversos tipos de informação e, para competir neste contexto dinâmico, o segredo do sucesso é a agregação de valor a partir do acesso, do tratamento, da utilização e da disseminação da informação”. O gerenciamento do conhecimento, portanto, pode ser definido como a união de técnicas e ferramentas utilizadas para identificar, administrar e analisar, de forma sistêmica e estratégica, tanto o ativo intelectual das empresas como os processos associados a estes, e tem de ser levado em consideração como um dos principais fatores quantitativos e qualitativos para a tomada de decisões nestas organizações. Como resultado disso, é necessária a inserção desse novo modelo de gestão da tecnologia da informação nas empresas, onde as mesmas deverão se beneficiar das vantagens do uso de ferramentas adequadas para o gerenciamento do conhecimento em TI, o que, consequentemente, irá resultar em uma maior competitividade de mercado.
Essas ferramentas fazem parte do conjunto de sistemas corporativos de TI ou Sistemas de Informação (SI) e incorporam funcionalidades projetadas para integrar e gerenciar os processos de negócios nas organizações. Segundo Schulz (2001), “os sistemas de informação geram, coletam, combinam, armazenam, codificam e disseminam dados, informações e conhecimento, caracterizando uma ferramenta que sistematiza o funcionamento dos processos que são estabelecidos por meio de uma estratégia predefinida”. Normalmente, eles são hospedados em grandes servidores, podendo ser acessados pela rede de computadores interna e/ou externa à empresa. Existem vários tipos de SI, dentre eles, podemos citar: Sistemas de Gestão Empresarial Integrada (ERP), Sistemas de Gestão de Relacionamento com Clientes (CRM), Sistemas de Informações Gerenciais (SIG), Sistemas de Apoio à Decisão (SAD), Sistemas de Gestão Eletrônica de Documentos (GED). Todos esses sistemas desempenham funções diferentes dentro das organizações, ficando a cargo dos administradores e gestores de TI definirem, baseado nas métricas e ações ligadas aos fins e objetivos destas organizações, quais serão implantados.
A utilização de um modelo dinâmico de sistemas de informação para a gestão do conhecimento nas empresas auxilia no aprendizado organizacional, captura, mapeia e é capaz de distribuir as melhores práticas, contribuindo no crescimento e construção de um capital intelectual pleno, o qual pode explicar as diferenças da alteração dos valores e práticas econômicas e seus impactos nas organizações. Desta forma, a principal contribuição destas práticas é criar uma vantagem competitiva que possibilite o crescimento e a continuidade das empresas no mercado.
FILHO, M., P., C. Os sistemas de informação e as modernas tendências da tecnologia e dos negócios. Revista de Administração de Empresas, v.34, n.6, p.33-45, nov./dez. 1994.
BECK, L. Valor agregado e gerência do conhecimento. Mundo virtual. Disponível em: http://www.agestado.com.br/especial/valor.htm>. Acesso em: junho. 2014.
SCHULZ, M. The uncertain relevance of newness: organizational learning and knowledge flows. Academy of Management Journal, v.44, n.4, p.661-681, 2001.
SIGNORELLI, Faculdade Internacional. Gestão do conhecimento em TI. Modalidade à distância. Rio de Janeiro, 2011.
Texto dissertativo-expositivo sobre Gestão do conhecimento em TI.
Pós-graduação Lato Sensu em Gestão de projetos em TI - Faculdade Signorelli - FISIG/RJ. Ano: 2014